
O MST está sob fogo cerrado de autoridades. No início dessa semana, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o secretário de Justiça do Estado de São Paulo, Luiz Guimarães Marrey, pregaram rigor no combate às ações dos sem-terra.
Tarso fez uma conferência no 20º Congresso Brasileiro de Magistrados. Sua palestra foi sobre o Judiciário. Depois, em entrevista, ele falou sobre a questão dos sem-terra e revelou preocupação com os rumos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ocupações por parte do MST.
Indagado se não está um curso uma pressão de autoridades para criminalizar o MST, o ministro da Justiça observou: "Eu espero que a CPI coloque as discussões reais, coloque no mesmo nível as questões do MST e as questões, por exemplo, do agronegócio."
Tarso Genro afirmou que "nunca se viu no Brasil, por parte do Estado, dos parlamentares e dos governos a demonização do agronegócio e nem dos grandes proprietários e produtores". O ministro afirmou que "eles (proprietários de terras) já fizeram ações diretas e pesadas, como interromper estradas, ferrovias e ocuparam o Banco do Brasil (BB)".
No entanto, anotou o ministro, "sempre foram tratados dentro da lei e da ordem e é assim que deve ocorrer com os movimentos sociais". Na avaliação do ministro da Justiça, existem movimentos sociais, como o MST, "que ajudam a solucionar grandes questões políticas e políticas públicas".
Segundo o ministro, é nesse cenário "que as camadas sociais mais baixas formam políticas de interlocução com o Estado para que suas demandas sejam processadas". "O que sair fora da Constituição e da lei e o que constituir violências de grupos ou violências individuais no interior desses movimentos deve ser reprimido com a lei, mas o que for excesso das autoridades também deve ser reprimido", assinalou o ministro. "Não se pode demonizar e nem idealizar a Justiça."
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