segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Internautas estão satisfeitos com políticas de inclusão racial do Brasil

No mês em que se comemora a Consciência Negra, a enquete do portal oficial da Assembleia Legislativa na Internet perguntou: “No Brasil, há políticas de inclusão racial?”. Os internautas puderam opinar entre os dias 23/11 e 30/11, e o resultado indicou que 56,4% acham que ações do Governo contemplam a questão; 30,7% consideram o assunto um tabu tanto na sociedade quanto nos governos; e 12,8% não tiveram opinião formada sobre o tema.Dentre os parlamentares, opiniões divergentes. O deputado Dedé Teixeira (PT) pondera que o Brasil é um País racista e, ao mesmo tempo, mais da metade da população considera-se parda ou negra. Ele toma como base levantamento realizado pelo IBGE.Apesar da marca do preconceito, o petista considera um avanço o Governo Federal ter criado uma secretaria especial para tratar da igualdade racial. Porém, admite que muitos gestores ainda demonstram resistência ao tema. Prova disso, segundo Dedé, é a não implementação da lei nº 10.639, datada de 2003, que obriga as instituições de ensino a lecionarem história e cultura afrobrasileira.Teixeira lembra que já apresentou dois requerimentos propondo ao governador Cid Gomes (PSB) a criação de uma coordenadoria da igualdade racial e um conselho estadual com o mesmo objetivo. “Hoje, o negro ainda é o que vive em condições menos abastadas”, justifica.O vice-presidente da Comissão de Juventude da AL, deputado Tomás Figueiredo (PSDB), incluiu-se nos 30,7% que consideram o assunto um tabu. O tucano criticou especificamente as chamadas cotas raciais, que garantem o acesso de negros ao ensino superior. Na opinião dele, essa é uma forma equivocada de compensar as condições subumanas às quais foram submetidos os negros no decorrer da história brasileira.Tomás acha que as ações realizadas pelos governos Federal e Estadual quanto ao combate à discriminação precisam ser melhor divulgadas. Porém, se diz contrário à criação de um órgão específico como o citado por Dedé Teixeira. “Tenho medo dessas coisas, porque temos preconceito contra nordestino, chinês, pardo etc. Então, teríamos de criar para todos. Esse é um tema delicado e que está aquém de como deveria ser tratado”, pondera.Já o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia, deputado Heitor Férrer (PDT), acha que, no Brasil, não há política de inclusão de forma nenhuma. De acordo com o parlamentar, 49% da população cearense vive na linha da pobreza/miséria. Ou seja: é excluída.Conforme ele, quando se esmiúça a realidade dos negros, a situação é ainda mais grave, pois os índices de homicídios e prostituição, por exemplo, estão diretamente ligados aos pobres e “de cor”. Na análise de Heitor Férrer, a saída para dirimirmos as desigualdades ocasionadas por raça está na melhoria do sistema público de ensino. “Temos que ter políticas de inclusão para todos. Se dirigimos a um setor específico, já tratamos com preconceito. Nossas escolas mais parecem ruínas”, diagnostica.

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